A leitura do mundo precede a leitura da palavra.
Paulo Freire
O Brasil precisa ler mais. Muito mais do que lê atualmente. Segundo dados da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro, Itaú Cultural e Ibope Inteligência, estamos lendo menos do que há quatro anos. Mesmo enfrentando quase dois anos de pandemia, onde a leitura se apresenta como uma forma segura de lazer, o brasileiro continua lendo em média 2,4 livros por ano – o que nos deixa muito abaixo dos países do mundo onde mais se lê no período de um ano: Coreia do Sul (10 livros/ano), Canadá (12 livros/ano) e Finlândia (14 livros/ano).
Este fraco desempenho na leitura se reflete em questões simples, do nosso cotidiano (como por exemplo entender as instruções do manual de montagem de um brinquedo) e explica o nível 1 (numa escala de 1 a 6) alcançado por 50% dos estudantes brasileiros no Pisa (Programa Internacional de Avaliação dos Alunos). Não é de estranhar que os estudantes dos países acima citados alcançaram melhores resultados em leitura.
Uma ótima maneira de mudar esse cenário é incentivar a leitura na mais tenra idade. E esse incentivo, em boa parte, vem da escola. Claro que muitas vezes temos, na família, o embrião do futuro(a) leitor(a): aquela pequena estante no quarto, a leitura feita pelos pais antes de dormir, a manipulação das obras infantis coloridas, táteis, sonoras. Mas é na escola que amplificamos o gosto pelos livros. Lá, nos apresentam o mundo da leitura em seus mais diversos formatos: a biblioteca da sala, a biblioteca da escola, a contação de histórias, os projetos de leitura, a Feira do Livro, o livro escrito colaborativamente… isso sem falar na leitura praticada todos os dias, nos livros didáticos.
A efetiva implementação de todas essas estratégias demanda planejamento, recursos materiais e profissionais comprometidos. Uma boa bibliotecária já consegue mover montanhas (de livros) na escola; porém, quando a literatura transpassa os limites da biblioteca e vira um Projeto da Escola, a coisa muda de figura! E aí alguns passos são fundamentais para que se tenha um robusto Projeto Literário que alcança todos os segmentos:
- Para cada ano, em cada segmento, quantos livros serão adotados?
- Haverá uma temática comum para o segmento (ou mesmo para a escola)?
- Serão desenvolvidas trilhas formativas/sequências didáticas para orientar o trabalho com a literatura?
- Como será consolidado o Projeto? Estão previstas atividades culminantes, como por exemplo um sarau literário, a criação de um livro colaborativo, o lançamento de um livro digital, a organização de uma Feira do Livro?
- Haverá a participação de autores dentro das atividades propostas?
A parceria da FTD Educação nesse processo de encantamento com a literatura materializa-se através da associação de um dos melhores catálogos literários do Brasil com projetos literários estruturados – que vão além da tradicional “ficha de leitura”. Esta parceria permite, por exemplo, a flexibilidade na escolha entre os diversos títulos oferecidos pela FTD Educação. Além disso, todos os livros de um determinado projeto são entregues às famílias de uma vez só, sem a necessidade de busca em livrarias. Como exemplo dessas iniciativas, temos:
CULTIVANDO LEITORES
Um projeto da FTD Educação que integra escola, estudantes e pais com o objetivo de despertar nas crianças e nos jovens o prazer pela leitura, por meio de uma seleção criteriosa de obras e autores. O projeto se destina à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais). O projeto também é apresentado em versão digital.
SEMEANDO VALORES
Este projeto tem como objetivo desenvolver o hábito e o gosto pela leitura por meio da associação do conteúdo de obras literárias a valores essenciais para a construção de jovens cidadãos. O projeto se destina ao Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais). O projeto também é apresentado em versão digital.
VIVA LOBATO!
Este projeto traz uma proposta inédita para um trabalho educacional que engaje toda a comunidade escolar. O projeto contempla um roteiro completo de promoção da leitura com suporte pedagógico consistente, por meio de itinerários formativos direcionados a coordenadores pedagógicos e professores de todos os segmentos da Educação Básica. A proposta abrange desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
A família, sozinha, pode e consegue formar leitores. Mas se estiver de mãos dadas com a escola, nesta nobre missão de ensinar a ler o mundo, perceberá não uma tarefa e sim momentos de puro prazer, alegria e descobertas.
Permito-me aqui parodiar Fernanda Montenegro, numa recente peça publicitária sobre bons desejos para 2022:
“- Leitura!”
“- Ah, isso muda o mundo! Quem te ensinou isso, minha filha? Quem?”
“- A escola!”
PAULO LIMA é Consultor Educacional Confessional da FTD Educação. Biólogo de formação, é também escritor, palestrante e atualmente faz mestrado em Educação na Universidade Federal do Rio Grande.