“Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas com que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.”
Rubem Alves
“Sou eu que vou seguir você do primeiro rabisco até o bê-á-bá.
Em todos os desenhos coloridos vou estar: A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel.”
No dia 11 de agosto de 1827, o imperador Dom Pedro II instituiu, nas áreas jurídica e social, os dois primeiros cursos de ensino superior oferecidos no Brasil. Por este motivo, esta é a data em que se comemora, no país, o Dia do Estudante.
O estudo é um poder que se conquista individualmente. E este poder transforma não só nossa vida, mas também a vida daqueles que nos cercam. Como muito bem disse Paulo Freire, os homens se educam entre si, mediados pelo mundo.
“Sou eu que vou ser seu colega, seus problemas ajudar a resolver.
Te acompanhar nas provas bimestrais, você vai ver.
Serei de você confidente fiel, se seu pranto molhar meu papel.”
O professor Danilo Gandin nos ensina que quanto mais simples a sociedade, mais fácil é o trabalho do educador. Isto se confirma neste século XXI onde temos, além de um desenvolvimento tecnológico que reinventa o mundo a cada instante, a necessidade de trabalhar as habilidades não tangíveis, que contribuem para a formação de um ser humano integral: empatia, criatividade, cooperação, criticidade.
“Sou eu que vou ser seu amigo, vou lhe dar abrigo, se você quiser.
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel.”
A pandemia da Covid-19 privou nossos estudantes, durante quase dois anos, de momentos fundamentais para a formação do indivíduo: o aumento progressivo da autonomia (nos anos iniciais), as experiências de socialização e relacionamento dos anos finais (festas com amigos, excursões da escola) e as dúvidas, ansiedades e sentimentos relacionados ao final de um ciclo na escola (no Ensino Médio).
“O que está escrito em mim, comigo ficará guardado, se lhe dá prazer.
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer.
Só peço a você um favor, se puder: não me esqueça num canto qualquer.”
Abracemos nossos estudantes! Que o seu dia seja de comemoração, de agradecimento pela vida, de esperança num futuro que certamente será melhor. E este futuro se constrói através da consciência que aprender não é se preparar para a vida: aprender é a própria vida.
Como disse Toquinho (que também ilustra este texto com a maravilhosa canção: O Caderno):
“Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.”
Salve o 11 de agosto! Salve nossos estudantes!
Paulo Lima é Consultor Educacional Confessional da FTD. Biólogo de formação, é também escritor, palestrante e, atualmente, faz mestrado em Educação na Universidade Federal do Rio Grande.
*Práxis é a união dialética entre teoria e prática.