Quando a nossa filha nasceu em 2003, passamos por uma grande mudança de rotina. Também foi um momento intenso de rever nossos valores e nossas prioridades.
Você já passou por isso, de repensar o que é realmente valioso para a sua vida?
Naquela época, já havíamos planejado e organizado as finanças para estar 100% do tempo com ela, trabalhando menos horas e fazendo tudo remotamente para termos condições de nos dedicar com tempo e foco. Para nós, não fazia sentido vê-la apenas na horizontal, como acontece com a maior parte dos pais que trabalham o dia todo, saindo de casa cedo e voltando tarde, quando as crianças já estão dormindo.
Foram anos muito vigorosos, cheios de descobertas e desafios. Educar é mais desafiador do que imaginávamos que fosse! À medida que nossa filha foi crescendo, queríamos passar nossa experiência e nossos ensinamentos financeiros para ela. Desejávamos que ela também pudesse ter a autonomia e a sensação de liberdade para fazer escolhas que desfrutamos. Mas, como ensiná-la se ainda era tão pequena? E sem usar o dinheiro?
Aproveitamos oportunidades do dia a dia e, desde então, focamos em ensinar as bases que fundamentam os comportamentos financeiros sustentáveis.
Neste artigo, trago algumas sugestões para quem tem filhos pequenos começar a ensinar gestão de recursos, planejamento, criatividade, atitudes empreendedoras e autocontrole.
>> Quando for dar balinhas e guloseimas, ou qualquer item consumível, em vez de entregar pequenas quantidades diárias, entregue a quantidade total, para que a criança tenha de fazer a gestão ao longo do tempo. Por exemplo: se ela tem direito a seis balinhas no fim de semana, na sexta-feira converse com ela explicando que deverá comer três no sábado e três no domingo, e entregue as seis balinhas para que ela faça a sua gestão ao longo do tempo. Vá observando, acompanhando, mostrando a importância de se organizar, esperar, controlar os impulsos… e, aos poucos, ela vai praticando tudo isso. Lembre-se de ressaltar e elogiar as conquistas!
>> Outra possibilidade é combinar momentos específicos para carregar a bateria de equipamentos eletrônicos ou limitar o tempo de uso com controle parental, e fazer com que a criança tenha de fazer a gestão do tempo de uso. Por exemplo: sete horas por semana de uso liberadas começando no sábado.
Quando a criança estiver no controle e conseguir não comer todas as balinhas ou usar todo tempo na internet, você pode, de vez em quando, dar um bônus dobrando a quantidade de balinhas e horas economizadas. Com isso, ela desenvolverá o hábito e aprenderá as vantagens de GUARDAR.
É possível desenvolver novos comportamentos mesmo em adultos, mas com crianças a luta interna acaba sendo menor, pois existem menos crenças, hábitos e paradigmas estabelecidos. O mais importante é ter bem claro o propósito da mudança que está querendo fazer e aos poucos gerar estímulos para que os novos comportamentos se tornem hábitos.
Todos temos um potencial enorme dentro de nós, com talentos e habilidades para serem descobertos e desenvolvidos. Esta jornada de praticar mudanças é libertadora. Faça a sua jornada pessoal e ajude seus filhos a fazer a deles!