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Desafios da Educação em 2022

Por Claudia Costin

Estimativa de leitura: 3min 27seg

14 de fevereiro de 2022

Depois de quase dois anos letivos inteiros sem aulas presenciais por conta da crise da Covid, grandes desafios se apresentam à Educação em 2022. Afinal, com a baixa conectividade, falta de equipamentos e livros em domicílios de estudantes oriundos de famílias vulneráveis, não ocorreram só perdas de aprendizagem na Educação Básica, mas um aprofundamento de desigualdades educacionais já existentes. 

As escolas particulares ficaram menos tempo fechadas e nelas o acesso dos estudantes à conectividade e aos materiais para estudo foi maior. Além disso, a presença dos pais, muitos em home office e a adequação do ambiente para uma aprendizagem mais efetiva permitiram certa redução das insuficiências educacionais.  

O cenário nas escolas públicas, onde estudam cerca de 81,4% dos estudantes de Educação Básica, foi bem diferente. Apesar da vacinação dos professores, com duas doses, o que poderia permitir uma reabertura segura das escolas no início do segundo ano, muitos prefeitos, na falta de uma coordenação nacional da resposta educacional à Covid, não fizeram os investimentos necessários na infraestrutura das escolas ou na necessária contratação de professores. Isso retardou ainda mais a volta ao presencial. 

Não é por acaso que o último Enem teve tão poucos inscritos. Com a dificuldade de aprender em casa sem conectividade ou equipamentos, somada ao desengajamento dos estudantes e à pressão por trabalhar, muitos desistiram de prestar o exame. Com isso, o potencial de acesso de jovens vulneráveis ao ensino superior se reduziu muito. 

Neste contexto, no ano de 2022 teremos de tornar equidade uma obsessão e enfrentar a crise de aprendizagem que acometeu a todos, mesmo que de maneira desigual. Para tanto, precisamos estruturar um sistema sólido para recompor as aprendizagens perdidas, ao mesmo tempo em que avançamos na implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que, apesar de prevista na Constituição, o Brasil levou tanto tempo para elaborar e converter em currículos estaduais e municipais.  

Afinal, os países que contam com bons sistemas educacionais contam com currículos nacionais. Só com uma definição clara do que se deve aprender, podem-se assegurar direitos de aprendizagem para todos, como estabelece o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, de que o Brasil é signatário. 

Mas há outro desafio para 2022 que precisa ser enfrentado: a implementação do Novo Ensino Médio. O Brasil vinha, até a pandemia, apresentando melhoras em aprendizagem no Ensino Fundamental Anos Iniciais, a cada edição da prova nacional aplicada a cada dois anos e, nas últimas cinco, também no Ensino Fundamental Anos Finais. Mas o Ensino Médio vinha estagnado num patamar baixíssimo. Em 2019, finalmente, houve uma melhora digna de ser celebrada, resultante tanto da chegada a esta etapa de escolaridade de estudantes que se beneficiaram, entre outros avanços, de um ano a mais no Ensino Fundamental, quanto do aumento de escolas de Ensino Médio em tempo integral. 

O Novo Ensino Médio aliás lida com dois fatores que fazem da nossa Educação secundária um exemplo negativo entre países de mesmo nível de desenvolvimento: excesso de disciplinas e limitação na jornada escolar. São 13 matérias comprimidas em cerca de quatro horas e meia de aulas.  

Em 2022, a primeira série do Ensino Médio começa a ser regida pela lei que estabelece que o estudante terá progressivamente mais tempo de aula e a possibilidade de escolher áreas de aprofundamento, como nos países com bons sistemas educacionais. Não será fácil para redes públicas e escolas particulares, com uma operação logística complexa num ano já bastante desafiador, mas valerá o esforço, afinal, somos o 12º país em PIB e não podemos pensar pequeno. 

É bom lembrar também que completamos neste ano 200 anos de independência, e que soberania nacional se concretiza com uma sociedade coesa, educada para a autonomia e para a cooperação na solução dos problemas complexos que teremos de enfrentar nesse século.  

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