Confira os principais assuntos que a Revista Mundo Escolar trouxe em sua 8ª edição.
Um mundo cada vez mais bilíngue
Já faz algum tempo que virou lugar-comum dizer que praticamente o mundo inteiro está interconectado. A internet já é uma realidade para 70% dos brasileiros. Ou seja, dos nossos atuais 211 milhões de habitantes, 140 milhões navegam na rede. O número de usuários cresce a uma velocidade bem maior que a população brasileira.
Segundo dados do relatório Digital in 2019, o Brasil ganhou 10 milhões de internautas em 2018, um aumento de 7,2%, enquanto a população cresceu 0,7% por cento. E, como se sabe, a língua universal da internet é o inglês, idioma de 70% das páginas publicadas. O inglês tornou-se a língua franca da rede, aquela que mais proporciona oportunidades de novas pesquisas, negócios, amizades e experiências de todo tipo.
Mas, nessa chuva de números, o ambiente fica menos otimista quando constatamos que apenas 5% dos brasileiros têm um bom domínio do inglês, em nível suficiente para uma comunicação mais aprofundada. Ou seja, a imensa maioria da população ainda sofre com a precariedade de expressão no idioma que mais se fala no mundo.
A correção de rota dessa questão tão estratégica e emergencial passa pelo incremento educacional: hoje, com as descobertas sobre cognição e linguagem feitas nos últimos anos, sabemos que será muito mais fácil dominar outra língua quanto mais cedo se tiver contato com ela. Crescer bilíngue é muito mais fácil do que tornar-se bilíngue depois de adulto.
Por isso, como em tantos outros campos, as escolas cada vez mais vêm descobrindo o que e como fazer para incorporar essa nova demanda formativa em seus processos cotidianos. Mas, longe de um modismo passageiro, esta parece ser uma necessidade que veio para ficar, da mesma forma que a internet e o mundo digital.
É hora de acelerarmos a transformação de nossas escolas em bilíngues. Afinal, muitas portas devem se abrir com os recém assinados acordos entre Mercosul e União Europeia. A grande ironia do destino é que a Inglaterra, terra-mãe do idioma em que devemos nos comunicar, optou por não fazer parte dessa nova derrubada de fronteiras.