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8 artistas indígenas brasileiros para você conhecer 

Por Brenda Torres

Estimativa de leitura: 6min 51seg

2 de abril de 2024

Ao conhecer, valorizar, acompanhar e compartilhar o trabalho de artistas indígenas, contribuímos para o fortalecimento e a valorização das culturas originárias do nosso país. 

A história e a cultura dos povos indígenas brasileiros são vibrantes e diversas, e a arte é um dos seus mais belos e poderosos instrumentos de expressão.  

Além de preservarem suas tradições ancestrais, muitos artistas indígenas estão deixando sua marca na cena cultural brasileira, seja através da música, literatura, arte visual ou atuação. 

Neste artigo, apresentaremos alguns artistas indígenas que estão conquistando o cenário nacional em diferentes áreas de atuação. 

Os povos indígenas desempenham um papel fundamental na formação da identidade nacional. Suas obras não apenas enriquecem o cenário cultural do Brasil, mas também nos convidam a refletir sobre a importância da diversidade étnica e cultural para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural.  

Conheça os artistas indígenas para conhecer e apoiar

1. Eliane Potiguara 

Eliane Potiguara é uma renomada escritora e ativista indígena brasileira. Nascida na aldeia de Itaoca, no Rio de Janeiro, ela é membro do povo indígena Potiguara.  

Desde cedo, demonstrou uma paixão pela escrita e pela defesa dos direitos dos povos indígenas. Não por coincidência, passou a utilizar sua escrita para abordar temas como a identidade indígena, a luta pela terra e a preservação da cultura ancestral. 

Sua obra literária é marcada por uma profunda reflexão sobre a identidade, cultural e história dos povos indígenas do Brasil. Entre seus livros mais conhecidos estão “Maracá: história de uma menina” e “Terra – mãe”. 

2. Kaê Guajajara 

Kaê Gajajara é uma cantora nascida na Terra Indígena Caru, no Maranhão, que traz em sua música as raízes e a força da etnia Gajajara.  

Sua música é uma mescla única de sons tradicionais indígenas com elementos contemporâneos que cria um som inovador que tece histórias de resistência, conexão com a natureza e celebração da diversidade. 

Kaê Gajajara também utiliza sua plataforma para advogar pelos direitos indígenas, pela preservação ambiental e pela valorização das culturas originárias do Brasil.  

3. Brô MC’s 

O Brô MC’s surgiu em 2009 como um marco inovador no cenário do rap brasileiro. Composto por integrantes indígenas das etnias Guarani e Kaiowá, o grupo é reconhecido como o pioneiro do rap indígena no Brasil. 

Uma característica do Brô MC’s é a mistura de português e guarani em suas letras, oferecendo uma expressão autêntica e vibrante da cultura originária. 

Além de sua contribuição musical, o grupo também se destaca como porta-voz das questões enfrentadas pelas comunidades indígenas, utilizando sua arte como uma plataforma para a conscientização e o empoderamento.  

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4. Denilson Baniwa 

Denilson Baniwa é um artista visual, cujo trabalho inspira reflexão sobre as tradições e desafios enfrentados pelas comunidades nativas.  

Arquivo pessoal. Artista Denilson Baniwa – Natureza Morta – infogravura, 2017. Acervo MASP.

Nascido em Barcelos, no interior do Amazonas, é membro da etnia Baniwa, e trabalha sua arte como um testemunho vibrante da rica herança cultural amazônica, destacando a conexão profunda com a natureza e as narrativas ancestrais.  

Defensor dos direitos indígenas e da preservação ambiental, utiliza sua arte como uma poderosa ferramenta de conscientização e resistência, convidando o público a mergulhar em um universo culturalmente rico e a refletir sobre a importância da proteção e celebração das tradições indígenas. 

5. Daiara Tukano  

Daiara Tukano é uma artista visual e professora da etnia Tukano, nascida em São Paulo, cujo trabalho aborda questões fundamentais relacionadas aos direitos dos povos indígenas e à preservação de suas culturas ancestrais.  

Suas obras são profundamente enraizadas na cosmologia e nas tradições de seu povo, oferecendo uma perspectiva crítica e reflexiva sobre temas como colonialismo, violência, desigualdade e ecologia. 

Além de sua prática artística, Daiara é uma voz ativa na defesa dos direitos indígenas, trabalhando para promover a conscientização e a justiça para as comunidades nativas do Brasil.  

6. Katu Mirim 

Indígena do povo Boe Bororo, nascida no interior de São Paulo, Katu Mirim é uma artista multifacetada que se destaca como rapper, compositora e atriz.  

Por meio do rap e do rock, ela reconta a narrativa da colonização sob a ótica indígena, desafiando estereótipos e promovendo a conscientização sobre as questões enfrentadas por suas comunidades.  

Suas letras abordam experiências pessoais, destacando temas importantes para a inclusão e o empoderamento.  

Katu Mirim também é uma voz incansável na defesa dos direitos indígenas e LGBTQIAP+, utilizando sua plataforma para promover a justiça social e a valorização da diversidade cultural e de gênero. 

7. Gustavo Caboco 

Gustavo Caboco, nascido em Curitiba, é um artista visual Wapichana, cujo trabalho é profundamente enraizado em sua herança cultural e em suas experiências pessoais.  

Atuando na rede Paraná-Roraima e nos caminhos de retorno à terra indígena Canauanim, sua arte é um reflexo dos encontros significativos com seus parentes e das conexões com a terra e a história de seu povo.  

Por meio de uma variedade de formas de expressão, incluindo desenhos, bordados, textos e vídeos, seu trabalho desafia conceitos convencionais de arte, promovendo uma narrativa inclusiva e poderosa da identidade indígena.  

8. Uýra Sodoma 

Emerson Munduruku, nascido no Pará, mais conhecido pelo nome artístico Uýra Sodoma, é uma figura multifacetada que transcende fronteiras e estereótipos.  

Como pessoa trans não-binária, sua jornada é uma expressão vibrante de autenticidade e ativismo.  

Com formação em biologia e mestrado em ecologia, Emerson traz uma perspectiva única para suas práticas artísticas, especialmente na área de arte-educação.  

Através de sua arte drag, ele desafia normas de gênero e identidade, enquanto levanta pautas cruciais relacionadas aos direitos humanos e à preservação ambiental. 

Nos últimos anos, a presença de artistas indígenas tem se destacado como um marco importante na representatividade cultural e étnica na mídia brasileira, mas ainda há muito caminho a ser percorrido. 

Vale destacar que: 

  • >> A luta por representatividade indígena na televisão é uma luta por reconhecimento aos povos originários. 
  • >> A presença de atores indígenas em papéis de destaque contribui para desconstruir estereótipos e promover a inclusão. 
  • >> A representatividade indígena na televisão é importante para que as crianças indígenas possam se ver representadas e se sentirem orgulhosas de sua cultura.

A Rede Globo de Televisão, por exemplo, tem integrado atores e líderes indígenas em seus elencos e programas, proporcionando uma plataforma para que suas vozes e experiências sejam ouvidas e celebradas. 

Em 2023, na trama de “Terra e Paixão” tivemos como uma das protagonistas, a atriz indígena Suyane Moreira, além dos atores Rafaela Cocal e Mapu Huni Kui. 

Agora em 2024, a novela “Renascer” segue a mesma linha de representatividade, com a presença dos atores indígenas Mell Muzzillo, Mac Suara Kadiwéu e Adanilo. 

Ao integrar atores indígenas no elenco principal, as novelas contribuem para desconstruir estereótipos e promover uma representação mais autêntica e inclusiva na televisão brasileira, enriquecendo as narrativas. 

Brenda Torres
Jornalista que atua como Redatora. Vivências em Comunicação Interna, Roteiro e Marketing Digital. Curte fotografia, artesanato e tatuagem.
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